segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Toda escolha é uma renúncia - congelamento de óvulos?

Não sei bem sobre o que é esse texto. Hoje eu não acordei bem. Não dá para acordar todos os dias rindo e feliz. Fato é que eu não acordei bem e a primeira coisa que fiz ao acordar foi ler o e-mail do meu médico perguntando o que eu decidi sobre o congelamento ou não dos óvulos. Comecei a chorar de novo, mesmo depois de já haver me decidido pelo não congelamento. Não sei explicar o que acontece. Toda escolha é uma renúncia, toda escolha envolve um risco.

Com relação a congelamento de óvulos, (in)fertilidade e ovários, eu vou acreditar na chance de haver prejuízo "parcial". Vou pensar no agora e, agora, o de que preciso é me curar de um câncer. Quando eu desejar efetivamente ser mãe aí sim pensarei se desejarei engravidar ou não, com fertilização ou não, adotar ou não e todas as possibilidades/dúvidas que poderão existir até lá... Neste momento, congelar os óvulos é um investimento financeiro muito grande que não estou disposta a fazer, além de que atrasará muito o início do tratamento. Cada ciclo entre a indução da ovulação (com duas semanas de injeções de hormônios) e a coleta poderá obter pouquíssimos óvulos viáveis. É claro que não é uma decisão fácil mas já está tomada - com um bocado de choro mas está tomada.

Mudando de assunto: essas marcações para a rádio são um saco! Ainda mais porque eu não iniciei a radioterapia! Eu fui marcada na terça-feira passada, quando eu fiz um PET-CT e, naquele dia, havia a previsão de iniciarmos todo o tratamento hoje. Mas, como disse aqui, todos os planos mudaram... Não faço ideia de quando iniciarei o tratamento e imagino que depois de iniciada a rádio eu não poderei me expor ao sol. Ficar desde já com as marcações e não poder ir à piscina do clube ou à praia está me irritando um pouco. Tenho a sensação de estar antecipando as privações inevitáveis da rádio e da químio. Mas se é necessário mantê-las, fazer o quê?

Beijocas meio desanimadas.

2 comentários:

  1. Oie! Eu de novo! Acho que esse sofrimento só entende quem passa... Eu nunca havia pensado com muita força em ser mãe, mas só pelo fato de "não poder", entrei numa semi-paranoia... No meu caso foi contra-indicada a técnica de congelamento, pois os hormônios estimulariam mais meu ca de mama e atrasaria meu início do tratamento. Optei por não fazer e entregar nas mãos de Deus. Se eu quiser muuuuito ser mãe, adoto. Nada é fácil, mas o tempo realmente cura tudo. Hoje já nem penso muito nisso. E o que for para ser, será! Pensa numa coisa: linfonodos negativos e grande chance de cura! Mil beijos!

    ResponderExcluir
  2. Ah, Marina, é exatamente isso (do congelamento dos óvulos): um medinho de não estar fazendo a coisa certa mas ao mesmo tempo a confiança de que Deus guia a minha escolha. Eu não tenho contra-indicação pelos hormônios mas acho que seja um investimento caro para um retorno não garantido. Então optei por não fazer... Beijocas

    ResponderExcluir