Não sei bem sobre o que é esse texto. Hoje eu não acordei bem. Não dá para acordar todos os dias rindo e feliz. Fato é que eu não acordei bem e a primeira coisa que fiz ao acordar foi ler o e-mail do meu médico perguntando o que eu decidi sobre o congelamento ou não dos óvulos. Comecei a chorar de novo, mesmo depois de já haver me decidido pelo não congelamento. Não sei explicar o que acontece. Toda escolha é uma renúncia, toda escolha envolve um risco.
Com relação a congelamento de óvulos, (in)fertilidade e ovários, eu vou acreditar na chance de haver
prejuízo "parcial". Vou pensar no agora e, agora, o de que preciso é me
curar de um câncer. Quando eu desejar efetivamente ser mãe aí sim
pensarei se desejarei engravidar ou não, com fertilização ou não, adotar
ou não e todas as possibilidades/dúvidas que poderão existir até lá...
Neste momento, congelar os óvulos é um investimento financeiro muito
grande que não estou disposta a fazer, além de que atrasará muito o
início do tratamento. Cada ciclo entre a indução da ovulação (com duas
semanas de injeções de hormônios) e a coleta poderá obter pouquíssimos
óvulos viáveis. É claro que não é uma decisão fácil mas já está tomada -
com um bocado de choro mas está tomada.
Mudando de assunto: essas marcações para a rádio são um saco! Ainda mais porque eu não iniciei a radioterapia! Eu fui marcada na terça-feira passada, quando eu fiz um PET-CT e, naquele dia, havia a previsão de iniciarmos todo o tratamento hoje. Mas, como disse aqui, todos os planos mudaram... Não faço ideia de quando iniciarei o tratamento e imagino que
depois de iniciada a rádio eu não poderei me expor ao sol. Ficar desde já com as marcações e não poder ir à piscina do clube ou à praia
está me irritando um pouco. Tenho a sensação de estar antecipando as
privações inevitáveis da rádio e da químio. Mas se é necessário
mantê-las, fazer o quê?
Beijocas meio desanimadas.
Oie! Eu de novo! Acho que esse sofrimento só entende quem passa... Eu nunca havia pensado com muita força em ser mãe, mas só pelo fato de "não poder", entrei numa semi-paranoia... No meu caso foi contra-indicada a técnica de congelamento, pois os hormônios estimulariam mais meu ca de mama e atrasaria meu início do tratamento. Optei por não fazer e entregar nas mãos de Deus. Se eu quiser muuuuito ser mãe, adoto. Nada é fácil, mas o tempo realmente cura tudo. Hoje já nem penso muito nisso. E o que for para ser, será! Pensa numa coisa: linfonodos negativos e grande chance de cura! Mil beijos!
ResponderExcluirAh, Marina, é exatamente isso (do congelamento dos óvulos): um medinho de não estar fazendo a coisa certa mas ao mesmo tempo a confiança de que Deus guia a minha escolha. Eu não tenho contra-indicação pelos hormônios mas acho que seja um investimento caro para um retorno não garantido. Então optei por não fazer... Beijocas
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